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Clarão

Por Yohana Ciotti

As emoções são estados ou movimentos da alma humana, que provocam a percepção de valor ou importância de determinada situação para sua vida ou necessidades. Algumas dessas emoções podem ser positivas (alegria) ou negativas (medo, aflição). Aristóteles, em sua obra Retórica, afirma: “O medo é uma dor ou uma agitação produzida pela perspectiva de um mal futuro, que seja capaz de produzir morte e dor”. Durante a pandemia todos, em maior ou menor grau, sentiram medo: medo com relação à saúde (sua e de seus entes queridos), medo com relação à sobrevivência, medo de um futuro absolutamente incerto que não encontra paralelo na história da humanidade.

 

Nesse contexto, nasceu o Clarão, sendo uma narrativa ilustrada que descreve as angústias de quem tem medo, mesmo sem saber exatamente o quê ou a quem temer, os caminhos que o medo nos leva a trilhar, as escolhas e aprendizados que o medo nos traz. E, no final, com o crescimento que a jornada nos proporciona, descobrimos o real tamanho do medo e de que somos capazes de superar as agruras da vida, desde que não deixemos o medo nos dominar completamente, ou seja, desenvolvermos a coragem para olhar o mundo e para si, enfrentando a ambos.

 

Fugimos desesperadamente de coisas, inimigos externos que nos fazem sentir medo. Porém quando olhamos para dentro, para o sentimento é  que percebemos que  o medo está em nós, é lá que o medo habita.  A proposta remete, ainda que de forma ligeira, ao “kamishibai” japonês, técnica de contar histórias nascida nos templos budistas japoneses do Século XII, combinando a narração de história com a ilustração, proporcionando ao espectador um contato com duas formas de arte que se completam.

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